sábado, 1 de março de 2008

Concerto em Madrid, Espanha - 29/2

O concerto mais perto de Portugal, esgotou e convenceu os presentes no La Riviera. Perante muitos portugueses, os The Mars Volta apresentaram esta setlist:

- Roulette Dares (The Haunt Of)
- Viscera Eyes
- Wax Simulacra
- Goliath
- Ouroborous
- Tetragrammaton
- Agadez
- Cygnus...Vismund Cygnus
- Drunkship of Lanterns
- Aberinkula
- Asilos Magdalena
- Miranda
- Day of the Baphomets

Curiosidades: Repetição daquilo que se pensava ser coisa única na Tour: a banda tocou a Asilos e a Miranda. Desta vez com guitarras acústicas.

Crítica:
Concerto marcado para as 20:30 locais. Chego ao La Riviera por volta das 19:30 e já havia fila para entrar. Cá fora o sítio parecia um bocado mau, mas ao entrar fiquei bastante surpreendido com o local. Ao princípio havia poucas pessoas, mas a sala lá foi ficando composta, muito bem composta aliás. Enquanto durava a espera em frente ao palco iam caindo uns sons pelos altifalantes. Pouco tempo tempo depois começaram a aparecer os técnicos para ver se todos os intrumentos estavam a postos. No meio disto surgiu um deles com a guitarra do Omar e aí sabia que já não podia demorar muito tempo para o concerto começar. Entretanto alguns espanhóis atrás de mim comentavam a Asilos Magdalena...Por volta das 20:45 começou a soar a música de Ennio Morricone Por um punhado de dólares e com ela começou a subir a pulsação. Entram os senhores por que tantam esperavamos, acomodam-se nos seus lugares e pouco depois começou a brotar Roulette Dares e já ninguém conseguia estar quieto. Desde logo deu para notar que o som podia estar melhor. As coisas depois começaram a melhorar, mas durante a primeira música e Viscera Eyes tinha mesmo alguma dificuldade em perceber a voz de Cedric. A guitarra do Omar também parecia estar a dar alguns problemas, que foram resolvidos. Desde o início que as coisas ficaram bem agitadas, no bom sentido claro. Bem sei que os The Mars Volta são bastante aversos a mosh, mas a verdade que é quase impossível não exteriorizar toda aquela música que nos estava a ser transmitida. De facto o concerto estava a cobrir as minhas expectativas completamente (e não eram pequenas). Quando chegou Goliath chegou também a primeira grande improvisação da noite, e aqui só mesmo assistindo, porque é indiscritível ("vocês sabem do que eu estou a falar"). Ouroborous, que é uma das minhas músicas preferidas de The Bedlam in Goliath, soube muito bem ouvir. Quando no último refrão "Have you ever heard me scraping? It will be hard to hold" Cedric cantava a um ritmo totalmente diferente do resto da banda que momento incrível se gerou. Mas eles não dão "descanso" a ninguém, e logo a seguir veio Tetragrammaton, que já é uma espécie de clássico para mim, com todas aquelas mudanças de ritmo, e com a canção a parecer estar dividida em duas partes, umas das minhas preferidas de Amputechture... Agadez consegue transmitir ao vivo ainda mais aquele contraste entre a serenidade da linha de baixo, o resto da música por vezes bem mais rápida e a harmonia ainda totalmente diferente criada pela voz de Cedric - "It's unforgivable, it knows that I am visible". Com Vismund Cygnus chegou mais um grande momento de improvisação, e não consigo tirar da cabeça o solo do Omar sobre aquela secção rítmica com o baixo de Juan Alderete; muito simples e calma mas que combinação... E quando digo solo de Omar digo também toda a divagação de que tanto gostamos. E realmente quando as coisas estavam boas, muito boas, excelentes mesmo, ainda podem ficar melhor. Com Drunkship of Lanterns surgiu uma daquelas improvisações "à moda antiga". A meio da música há a destruição de toda a canção, são criados ambientes completamente novos, eles conseguem-nos levar para ainda mais longe, entramos numa órbita desconhecida mas extremamante agradável e surpreendente, e depois como de regresso a Marte, regressamos a Drunkship of Lanterns. Realmente não há palavras para isto, ou melhor há - The Mars Volta... No "mini-set" acústico ouvimos primeiro Asilos Magdalena e aqui toda a plateia entoou a letra da música - realmente ver um concerto de Mars Volta em Espanha tem as suas vantagens :D Depois veio a surpreendente Miranda. No fim disto Cedric avisa que o show chegou ao fim e que vão tocar Day of the Baphomets. Com a última música chegou também aquela sensação de que tudo o que é bom tem que terminar um dia. Mas desde o início com o baixo de Jan Alderete e depois com o saxofone de Adrián Terrazas-González, até ao fim com a percussão por Marcel Rodriguez-Lopez não queria perder nem uma nota, nem um momento de tudo aquilo. Por fim toda aquela experiência tinha acabado, o membros despediram-se, atiraram umas palhetas e umas baquetas e sairam, tendo Omar ficado mais um pouco a despedir-se do pessoal. Ficou aquela sensação estranha de saber que não havia encore, mas a verdade é que era impossível pedir mais depois daquele concerto.
Depois de tudo isto ainda há alguns momentos que não consigo esquecer, como quando Cedrid atira umas garrafas de água para o público, isto só para depois enfiar a caixa das águas na cabeça, e enfiar o microfone através da caixa. Também impressionante é o nível de concentração que Omar consegue atingir, e claro mais impressionante ainda é o som que ele consegue arrancar àquela guitarra... O novo baterista Thomas Pridgen gosta realmente de introduzir uns ritmos bem rápidos à música, mas eu gostei muito da sua actuação, entrando sempre no momento certo e conseguindo "abanar" bem a linha da música. É também incrível o concerto nunca parar. Mesmo entre as músicas Omar começava a divagar, depois Cedric juntava-se e criam-se momentos únicos. No fim do concerto, e apesar do cansaço, ficou o desejo de os voltar a ver (provavelvemente não muito em breve...) e o imenso prazer de poder ter assistido a uma actuação como só eles são capazes de dar. Como recordação trouxe uma palheta, que estando no chão parece que veio ter até mim...

Crítica de Cygnus...Vismund Cygnus.

2 comentários:

vanessa disse...

AHAHAHAHAHAH!
Pois repetiu-se rm Barça outra vez cena acustica.
Entao quem fez a review de Barcelona? vá vá mexam-se.
O cabrão do Ikey e o pessoal que gosta da "maria" na banda é que deve ter curtido á grande depois do concerto á minha pala, quando eles vierem cá ele vai me compensar, eu sei como lhe avivar a memória. "TMV VATICAN"
ahahahah

Anônimo disse...

Outra curiosidade foi o Cedric após ter ido para o meio do público voltar ao palco com uma caixa de cartão na cabeça, bater com o microfone na caixa no lugar da boca até romper e cantar com a caixa na cabeça!
Foi a primeira vez que vi um concerto de TMV e adorei!!!
Ivan Gracias - aiii Chucky!