domingo, 2 de março de 2008

Concerto em Barcelona, Espanha - 1/3

Último concerto em Espanha, num Razzmatazz esgotado e com a presença de muitos portugueses e italianos. A setlist foi bastante semelhante à de Madrid:

- Roulette Dares (The Haunt Of)
- Viscera Eyes
- Wax Simulacra
- Goliath
- Ouroborous
- Tetragrammaton
- Agadez
- Cygnus...Vismund Cygnus
- Aberinkula
- Drunkship of Lanterns
- Asilos Magdalena
- Miranda
- Day of the Baphomets

Curiosidades: Tocaram durante mais de 2:50. O tripé deixou cair o microfone por duas vezes e por isso provou as tábuas do palco com grande violência. Cedric trepou amplificadores e cuspiu um líquido "roubado" a um espectador numa das vezes. Podem ver essa sequência AQUI.

Crítica:
Após há 5 anos ter visto os meus antigos colegas irem ver The Mars Volta ao Garage, digo isto apenas: coitados. Nunca pensaram no que é que vinha aí. The Mars Volta em 2008 está melhor que nunca, uma banda ao vivo mais poderosa, mais concisa, mais unida e principalmente com mais atenção e devoção aos fãs que têm. The Mars Volta em Barcelona foi uma experiência memorável, tanto em termos técnicos como em termos mais banais e sentimentais. A forma como a banda se mostrou ao público foi a das melhores, com o Cedric Zavala a liderar essa ligação. O seu desempenho técnico fez-nos questionar quando é que ele alguma vez esteve doente este ano e, claro, calou muitas bocas ao mostar o quanto a sua voz é perfeita, não límpida, mas carismática e vibrante tal e qual como em estúdio. A sua performance foi digna de ovação, a sua entrega foi total, não olhando a baterias e microfones e nem ao seu próprio bem estar físico, mostrando a sua óptima condição física e que a recuperação da operação que fez ao seu pé no ano passado está completa.
O Omar foi brilhante, mas isso não é nada novo, muito aberto, e bem disposto, sorrindo cada vez que olhava para o Thomas ou à sua volta vendo e sentindo que tudo estava perfeito, que tudo estava a ir como queria sem ter que fazer sinais ou dizer o que quer que fosse. Tudo estava na sua sintonia, e ele mostrou nas várias vezes que sorriu que estava feliz com tudo aquilo que o rodeava: a música, os seus colegas e os fãs, já que voltou uma segunda vez para se despedir do público. Técnicamente, foi perfeito, os seus solos não foram enfadonhos de maneira nenhuma, entrando e saindo deles num timing perfeito, a sua performance foi também muito boa, aqueles seus passos à Prince estiveram lá, como se fizessem parte da música que tocava. O Thomas esteve imparável, para ele tocavam a discografia toda, nem que durasse 2 ou 3 dias. Ele saiu de um concerto de quase 3 horas com uma expressão que dizia "Quero mais, deixem lá essas mariquices de acústicas". Definitivamente a alma da banda, a sua boa disposição e a sua energia contagiou-nos a todos e, em termos técnicos, fodasse, ele tocou como se tivesse 4 braços e 3 pernas, e mais não consigo dizer. Outro membro que esteve "on fire" foi o Adrian Terrazas. Ele trocava de instrumento a cada 10 segundos, numa música só, os seus solos foram perfeitos, acompanhando todos os sons que o Omar fazia sem precisar de pauta ou de condução, a química foi perfeita, mostrando o quanto este senhor é bom, de arrepiar todos os pêlos do corpo. Em Day of the Baphomets ele chamou a atenção do técnico de som para aumentar o volume da guitarra do Omar pois já sabia que ia solar como um maluco, e foi o que aconteceu, deixando-nos a todos acordados e chamando-nos a atenção do que o que estavamos a começar a ouvir, era a melhor musica do Amputechture. Ikey Owens, como sempre, esteve em transe o concerto todo, não falhando no seu já habitual show e entrega àquilo que faz melhor: tocar orgão como se estivesse possuído pelo demónio. Juan Alderete esteve muito escondido, e foi muito discreto, mas isso faz parte do seu carácter. Embora já se tenha visto o Sr. Juan "on fire" noutros concertos, neste tocou como sempre. Pablo Hinojos esteve também muito calmo, deixando a liderança do concerto ao resto da banda, seguindo demasiado à risca aquilo que o Omar estava a fazer, não dando margem de manobra e não se deixando ir na música e no ambiente como todos os outros. Quem esteve mesmo muito fora daquilo que se passava foi o Marcel. Fez o que tinha a fazer e deixou o palco como entrou, sem fazer mais nada de extraordinário. Claro que o solo em Day of the Baphomets foi perfeito, mas precisou de algum suporte extra da parte do Terrazas para o conseguir passar da maneira como saiu. Por último, os fãs. Os espanhóis não são o melhor público, demasiado barulhentos e banais, mas os portugueses e os italianos que lá estavam em peso conduziram o concerto, tentando acalmar os espanhóis, que decidiram fazer um mosh pitt no meio do recinto. Os melhores fãs do mundo, que lá estavam para a banda, receberam e entregaram tudo o que tinham e, claro, foram pagos na mesma moeda, com a melhor banda do mundo a tocar o melhor concerto do ano até agora, pois eles podem vir cá a Portugal e deitar o Coliseu a baixo.

Crítica de Vanessa Neves (O Culto do Vinyl)

6 comentários:

vanessa disse...

Liquido alcolico.
Que desperdicio, não só o jovem pagou para os ir ver como ainda viu a sua bebida ser desperdiçada, e se uma cerveja é 3.50€ imaginem quanto é que deve ter custado aquela merda ao jovem, que chegou a pedir o copo inteiro mas o Sr. Zavala nem hesitou em o esmagar.
Mas 100 pontos para o Thomas e o Terrazas, os dois on fire do principio ao fim a seguir o que quer que seja que o Alfredo estava a fazer com a sua guitarra.
Devo dizer que o Cedric esteve muito bem como sempre mas houve momentos demasiado teatrais, embora seja o estilo dele devia ter sido mais natural. Não sei se me exprimo bem, mas também não quero saber, desculpem.

Anônimo disse...

Vanessa primeiro de tudo queria t agradecer em primeira mão por toda a ajudita que deste ao pessoal de Coimbra que estava um pouco desorientado em Barcelona.
Depois queria que desses um grande beijo as tuas duas amigas a uma delas que nos arranjou aquela maravilhosa poção magica verde que nos salvou de momentos aborrecidos, á sua simpatia e blablabla..... UM BEIJO DE TODO O TAMANHO A MARIA que todos ficamos super penosos por todo os azares que aquela rapariga teve (se a voltar a ver na vida AJOELHO ME E PEÇO LHE que case comigo foi super fofa)



Agora a falar do concerto valeu a pena sair de Portugal para ver aqueles doidos a actuarem adorei a atmosfera e a energia que o Cedric deu a todo o concerto, como diz o meu (musiologico ????????![nao sei se existe ou nao]) Andre Forte foi itenso e adorei a intensidade dakilo tudo o som estava bastante bom (pelo menos para mim) ao contrario do que me avisaram que poderia ser.
GOliATHhhhhhhhhhhhhh





Saudações do planeta dos cavaleiros brilhantes ;)


Tomás o mago viajante

António Pita disse...

Oh Tomás...És tão fofinho!!!

Unknown disse...

O concerto de the mars volta em Portugal foi no Paradise Garage a 4 de Dezembro de 2003

vanessa disse...

Muito obrigado Tiago, pois sempre pensei que tivesse sido na aula magna.
Antonio já que tens o original faz a mudança, e muito obrigado por pores a minha visão simples do concerto neste blog do arco da velha, ahahahah

António Pita disse...

De nada Vanessa, eu é que agradeço pela participação.

Também tinha a ideia de ter sido no Garage, mas confiei visto não ter ido lá.